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quinta-feira, 23 de março de 2017

Cortar luz por falta de pagamento na conta é proibido em todo território brasileiro



O consumidor que não pagou uma conta de luz há mais de 90 dias não pode mais ter a eletricidade cortada – desde que as faturas posteriores à conta atrasada estejam quitadas. Essa é a nova determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para proteger o fiel pagador que, eventualmente, esqueceu de pagar uma fatura – que é antiga demais ou pode não ter sido enviada pela concessionária.

A regra está prevista na Resolução 414/2010 (que foi publicada no último dia 15 de março, editada para evitar confusões. Isso porque, às vezes, um morador tinha a luz cortada por causa do atraso no pagamento de um boleto em atraso há anos – em muitos casos quem deixou de pagar nem é mais o morador do imóvel.

“Não se pode penalizar o consumidor que por acaso esqueceu ou falhou no pagamento – e a concessionária teve 90 dias para lembrá-lo e não o fez. A distribuidora não pode cortar com base numa conta que ficou esquecida lá atrás, sendo que o consumidor fez os pagamentos posteriores. É para evitar esse tipo de situação”, diz Romeu Donizete Rufino, diretor da Aneel.

A mesma norma ainda prevê que a suspensão de fornecimento por falta de pagamento da conta de energia só poderá ser feita em dias úteis da semana e durante o horário comercial (8h às 18h), e não mais a qualquer momento como era possível antes. Isso porque, segundo Rufino, não é o corte que interessa ao consumidor e à concessionária, mas sim um serviço de boa qualidade e o pagamento em dia da fatura.

“Se houver um corte de energia no final do dia da sexta-feira, por exemplo, o consumidor poderia eventualmente pagar, quitar e só teria a energia de volta na segunda-feira. O propósito não é esse, não é deixá-lo sem energia. Essa medida vem para protegê-lo e não deixá-lo sem o serviço essencial no final de semana”, completa Rufino.

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Leituras falsas em medidores eletrônicos de energia mostram consumo quase seis vezes maior do que o real

Alguns medidores eletrônicos de energia podem fornecer falsas leituras que são até 582% maiores que o consumo real, de acordo com informações da Science Bulletin.
Um estudo realizado pelas universidades holandesas de Twente (UT), e Ciências Aplicadas de Amsterdã (AUAS), e publicado na revista IEEE Electromagnetic Compatibility, estimou que medidores potencialmente imprecisos foram instalados em cerca de 750.000 casas da Holanda.

No país, os medidores tradicionais de energia de disco rotativo estão sendo substituídos por variantes eletrônicas conhecidas com “medidores de energia estática”, ou “medidor inteligente”. A ideia do governo é que todas as casas realizem a troca dos dispositivos até 2010. No entanto, surgiram rumores de que os novos modelos estariam realizando leituras mais altas do que o real. Tal afirmação fez com que o professor Frank Leferink, da UT, resolvesse investigar o caso. Então, juntamente com seus colegas Cees Keyer e Anton Melentjev, da AUAS, ele testou nove modelos eletrônicos diferentes para o estudo.

Para o estudo, os medidores em questão, fabricados entre os anos de 2004 e 2014, foram conectados a aparelhos elétricos, como lâmpadas econômicas e de LED, aquecedores e dimmers, através de um quadro elétrico. Os pesquisadores então compararam o consumo real do sistema com as leituras oferecidas pelo dispositivo.


582%

Nas experiências, que segundo eles eram inteiramente reproduzíveis, cinco dos nove medidores ofereceram leituras muito superiores à quantidade real de energia consumida. Em alguns casos, elas foram até 582% maior. Por outro lado, dois do outros medidores ofereceram leituras 30% mais baixas do que a quantidade de energia utilizada.

As maiores imprecisões foram observadas quando os dimmers (controladores de intensidade de corrente elétrica), combinados com lâmpadas econômicas e de LED, foram conectados ao sistema. De acordo com o pesquisador e professor de Engenharia Elétrica na AUAS, Sr. Keyer, embora os testes tenham sido laboratoriais, os cientistas evitaram usar “condições excepcionais. Por exemplo, um dimmer e 50 lâmpadas, enquanto que, em média, uma casa tem 47”.


Explicação

As leituras imprecisas, de acordo com os pesquisadores, podem ser atribuídas ao design do medidor, juntamente com o uso crescente de modernos dispositivos de comutação (switchingdevices). Por causa disso, a eletricidade consumida não aparece mais na forma de uma onda perfeita, mas adquire um padrão errático. Os medidos modernos não foram feitos para receber informações deste tipo.

Quando desmontados, os pesquisadores descobriam que os modelos que forneceram leituras mais altas continham uma bobina de Rogowski, que mede o valor líquido da corrente elétrica, enquanto que os associados a leituras mais baixas continham um sensor de efeito Hall, um transdutor utilizado em aparelhos domésticos e máquinas industriais.

“Os medidores de energia testados cumprem todos os requisitos legais e são certificados”, disse Leferink. “Esses requisitos, entretanto, não fizeram o suficiente para dispositivos de computação modernos”. Os pesquisadores dizem que qualquer consumidor que não confie no contador de energia pode testá­-lo em uma “empresa de inspeção credenciada” e, se a medição estiver realmente alterada, deve prestar queixa ao operador de rede elétrica local.

[ Science Bulletin ] [ Fotos: Reprodução / Science Bulletin ]

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