Web Radio Cultura Crato

sábado, 16 de setembro de 2017

Apresentador se emociona no ar ao falar da morte de Marcelo Rezende; assista

Apresentador se emociona no ar ao falar da morte de Marcelo Rezende.
O apresentador Reinaldo Gottino, da Record, não conteve a emoção ao falar do jornalista Marcelo Rezende, que morreu, aos 65 anos, na noite deste sábado (16). No ar, Gottino ficou comovido com as próprias palavras, lembranças e legado do ex-apresentador do Cidade Alerta. Rezende lutava há cinco meses contra um câncer no pâncreas com metástase no fígado.

"Lutou bravamente nas últimas semanas. Pessoa que gostávamos muito. Esperávamos um milagre até o último instante. É com uma imensa tristeza que trazemos esta notícia", lamentou Gottino. Ainda no programa da Record News, o apresentador relembrou histórias do jornalista, como o caso Favela Naval. "Ele foi o responsável por investigar as imagens que revelavam a crueldade com que os policiais tratavam cidadãos indefesos", afirmou.

Ainda no estúdio, emocionado, Gottino reforçou o respeito de Rezende pelo telespectador, além da paixão dele pelo jornalismo. "Gostava do que fazia. Criou um novo jeito de fazer comunicação. Fazia com maestria a arte de contar histórias da vida real".

Por meio de nota, a Record se pronunciou sobre a morte do jornalista. "A Record TV informa com grande pesar o falecimento de Marcelo Rezende, neste 16 de setembro de 2017, no Hospital Moriah, zona sul de São Paulo. Transmitimos nossas sinceras condolências ao familiares e amigos do jornalista com o qual tivemos a honra e o privilégio de trabalhar e que atuou com tanto brilhantismo em nossa programação".

Conforme o comunicado, o apresentador estava afastado do Cidade Alerta desde maio, quando descobriu um câncer no pâncreas e no fígado. Ele estava no comando do programa desde 2012 e ali imprimiu a sua marca, expondo os problemas de segurança pública do País com a coragem que sempre pautou sua trajetória, transformando o Cidade Alerta em um importante canal de denúncias. “Esse jornalismo que eu e alguns companheiros fazemos é o jornalismo que revela as mazelas do País”, disse ele.

Com informações do notícias ao minuto

Morre o jornalista Marcelo Rezende aos 65 anos após luta contra o câncer

Apresentador do Cidade Alerta lutava contra um câncer desde abril.
O jornalista Marcelo Rezende morreu neste sábado (16), aos 65 anos, na zona sul de São Paulo. Um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro, o apresentador da Record TV lutava contra um câncer no pâncreas e no fígado desde o final de abril. A informação foi confirmada pelo Hospital Moriah, onde estava internado desde terça-feira (12).

Ainda não foram divulgadas informações sobre velório e enterro.

Com a coragem que o acompanhou ao longo da vida, o jornalista anunciou em rede nacional que estava com a doença. Durante uma entrevista ao Domingo Espetacular no início de maio, horas antes de ser internado pela primeira vez, Rezende disse que encararia a doença de frente. O câncer agressivo o obrigou a deixar repentinamente o comando do Cidade Alerta, jornalístico que apresentava desde 2012. Foi nessa última etapa da carreira que Marcelo Rezende se reinventou como apresentador.

Entre denúncias e notícias sobre violência urbana, Marcelo Rezende encontrou espaço para o bom humor. Transformou os repórteres em personagens, deu apelidos à equipe técnica, colocou o comentarista Percival de Souza sentado num trono. Criou bordões que ganharam as ruas e já entraram para a história da TV brasileira. Um deles, o “corta pra mim”, virou título de sua autobiografia (Editora Planeta, 2013). Um breve resumo de uma vida rica de histórias.

Marcelo Rezende nasceu no Rio de Janeiro, em 12 de novembro de 1951, fruto de um casal de baixa renda. Filho de um bancário e uma funcionária da aeronáutica, decidiu, aos 16 anos, se mudar para a Bahia e viver em uma comunidade hippie.

Um ano mais tarde, ingressou no jornalismo por acaso, durante uma visita à redação do Jornal dos Sports, no Rio de Janeiro. Rezende tinha apenas 17 anos e foi convidado para trabalhar como repórter na cobertura de futebol. Foram o talento e as amizades que conquistou lá que o levaram para a Rádio Globo e, na sequência, O Globo. No jornal carioca, onde trabalhou por sete anos, teve a chance de ficar próximo do ídolo, Nelson Rodrigues.

Antes de chegar à televisão, o jornalista ainda passou pela revista Placar. Só então, em 1987, foi contratado como repórter esportivo pela TV Globo. Com pouco tempo na emissora carioca, migrou para o jornalismo investigativo – área que marcou a sua carreira profissional. Participou de coberturas importantes e saiu na frente em várias delas. Um exemplo é a investigação sobre a fuga de PC Farias, tesoureiro da campanha de Fernando Collor, em 1993. Mas a matéria de maior repercussão na carreira do apresentador foi um caso de violência policial na Favela Naval, em Diadema, na grande São Paulo. A denúncia feita por Rezende em 31 de março de 1997 no Jornal Nacionalcausou indignação no País, rodou o mundo e colocou os direitos humanos na pauta da sociedade. Pelo trabalho, Rezende recebeu os prêmios APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e o Líbero Badaró.

No ano seguinte, o jornalista voltou a ser premiado no Líbero Badaró por uma denúncia de vendas de armas, também exibida no Jornal Nacional. Ele já havia conquistado, em 1994, o diploma de honra ao mérito do Festival de Filme e Televisão de Nova York pela reportagem Trabalho do Menor, exibida no Globo Repórter.

A estreia como apresentador foi no Linha Direta, em 27 de março de 1999. O jornalista participou ativamente do projeto que colocou o programa policial que reconstituía crimes praticados por foragidos da justiça de volta à grade da Globo – a primeira versão, feita em 1990, durou só quatro meses no ar. De acordo com a emissora carioca, Rezende dizia que “a proposta do Linha Direta era, desde o princípio, condenar a impunidade e retratar os casos policiais com o máximo de verossimilhança”. Isso era possível pois, além de contar histórias, a atração incentivava os telespectadores a denunciar o paradeiro dos criminosos ou fornecer pistas que ajudassem na solução dos casos. O jornalista trabalhou sete meses montando uma equipe de 50 profissionais para colocar o programa no ar.

Rezende deixou a Globo e, em 2002, foi para a Rede TV!, onde assumiu a apresentação do telejornal policial Repórter Cidadão.

Em 2004, foi contratado pela Record TV, como apresentador da primeira versão do Cidade Alerta. Ficou até 2006, quando foi contratado novamente pela Rede TV! para ancorar o RedeTV!News, principal jornalístico da casa. Deixou a emissora em 2008. Dois anos depois, estreava na Band no comando do Tribunal na TV – atração nos mesmos moldes do Linha Direta.

Ainda em 2010, Rezende voltou para a Record TV, como repórter especial do Domingo Espetacular. No ano seguinte, virou apresentador do Repórter Record. Mas, em 2012, Marcelo Rezende reassumiu o comando do Cidade Alerta e, com uma dose de irreverência, mudou o jeito de fazer programa policial na televisão brasileira. A inovação deu certo e fez história. Em setembro de 2015, o vespertino venceu por pelo menos três vezes o Jornal Nacional, fato até então inédito na televisão. Quando não ficava na frente, por várias vezes o Cidade Alerta empatava no período de confronto direto entre os dois noticiários. Um marco histórico, já que, desde a estreia, em 1969, o Jornal Nacional sempre teve a liderança isolada de audiência.

O sucesso foi interrompido pela descoberta do câncer agressivo, em exame realizado em 28 de abril. Mesmo após o diagnóstico, Marcelo Rezende apresentou três edições do programa e fez questão de não abandonar a legião de fãs. Durante o período em que esteve fora do ar, usou as redes sociais para se manter em contato com o público. Em todas as mensagens, passou demonstrações de confiança e fé.

Marcelo Rezende deixa cinco filhos e uma neta.

Fonte: R7

Nenhum comentário:

Postar um comentário