Web Radio Cultura Crato

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

"Se o brasileiro soubesse tudo o que sei, seria muito difícil dormir", diz Cármen Lúcia

Presidente do STF visitou 15 penitenciárias masculinas e femininas e afirma que Brasil vive 'tumulto'.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, afirmou nesta sábado que o brasileiro não dormiria, se conhecesse tudo o que ela sabe. A declaração foi dada pela ministra ao comentar a situação dos presídios brasileiros, segundo ela, totalmente dominados organizações criminosas.

— Hoje temos as questões gravíssimas de organizações criminosas dominando em todos os estados do Brasil. Por isso eu digo que não é cômodo nem confortável nenhuma poltrona na qual eu me assente, por uma singela circunstância: eu sou uma das pessoas que mais tendo informações não tenho a menor capacidade de ter sono no Brasil — disse a ministra, durante participação no Festival Piauí Globonews de Jornalismo, realizado em São Paulo:

— Se o brasileiro soubesse tudo o que sei, tendo visitado 15 penitenciárias masculinas e femininas, seria muito dífícil dormir — completou.

Cármen Lúcia ainda rebateu os críticos e os desafiou a assumir o seu lugar e fazer o que faz. Para ilustrar o momento atual do Brasil, a ministra citou um trecho do poema “Nosso Tempo”, do mineiro Carlos Drummond de Andrade: “Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos/ As leis não bastam/ Os lírios não nascem da lei/ Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra.”

— Vivemos tempos de muito tumulto. Para mim, infelizmente, eu estou na presidência do Supremo e o Brasil quer uma solução para um mundo de tumulto — disse Cármen, negando que se tratasse de um "relclamação."

DELAÇÃO COMO 'INSTRUMENTO NECESSÁRIO'

Na conversa com a jornalista Consuelo Dieguez e diante de uma plateia, a presidente do STF evitou se aprofundar em temas polêmicos. Sobre a deleção dos irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, disse apenas que o Supremo ainda vai avaliar se houve ou não manipulação para a produção de provas. Entretanto, ela ressalvou que o ex-procurador-geral da república, Rodrigo Janot, responsável por conduzir os acordos da colaboração dos empresários, é “experiente e muito prepardo.”

— A colaboração premiada tem sido um instrumento necessário para chegar ao fatos para que a corrupção não prevaleça. Eventuais excessos serão corrigidos. Nenhuma investigação ou acusação para caso o procedimento não tenha sido perfeitamente aplicado — observou a ministra, que criticou o “vazamento seletivo” das delações:

— O vazamento é um erro.

A presidente do Supremo ainda fez uma forte defesa da democria e disse não acreditar no risco de uma intervenção militar. Em setembro, o general do Exército Antonio Hamilton Mourão indicou que a tomada do poder pelos militares era uma saída para o país, caso o Judiiciário não soluciasse o problema político. A ministra classificou com um desserviço "qualquer fala de qualquer pessoas que seja contra a Constituição."

Provocada a dar opinião sobre as declarações do ministro Gilmar Mendes e os embates com os ministros do STF, Cármem Lúcia se esquivou dizendo que Mendes tem toda uma "peculiaridade" de se manifestar.

— Não pode um ministro calar o outro. Aliás, acho que ninguém pode calar ninguém.

Fonte: O Globo

Mulher é morta pelo ex-marido dentro de viatura da Polícia Militar

Ela acionou a Polícia após descobrir uma câmera escondida que transmitia em tempo real sua rotina e de seu filho de 8 anos. O ex-marido confessou ter instalado o equipamento por ciúme.
Uma mulher foi morta pelo ex-marido nesse sábado, 7, em Minas Gerais, quando estava dentro de uma viatura da Polícia Militar (PM). A informação é do portal Estadão. Laís Andrade Fonseca, 30 anos, localizou uma câmera escondida dentro de sua casa e acionou a PM. A câmera se encontrava no banheiro e transmitia em tempo real sua rotina e de seu filho de 8 anos.

O ex-marido de 34 anos confessou ter instalado o equipamento por ciúme, após ser procurado pela Polícia. Ao ser detido, ele acabou sendo colocado no banco traseiro da viatura ao lado da ex-mulher, sem algemas. De acordo com Estadão, no momento que eram levados para a delegacia, o ex-marido sacou uma faca e assassinou Laís com um golpe no pescoço. Depois, ele ainda desferiu dois golpes contra si mesmo e tentou fugir pulando da viatura, mas terminou sendo preso.

Ainda segundo o portal, Laís foi encaminhada a um posto do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas já chegou no local sem vida. A Polícia Civil, que investiga o caso, colheu versão dos PMs e eles garantem que revistaram o acusado e que ele não estava armado. Disseram ainda que o ex-marido não apresentava ser agressivo e, por essa razão, foi colocado sem algemas ao lado da vítima.

O portal Estadão informa que os PMs não souberam explicar como ele conseguiu a faca. O batalhão da PM de Teófilo Otoni ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. O nome do acusado não foi divulgado.

Redação O POVO Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário