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terça-feira, 7 de novembro de 2017

Funceme: Oceanos apontam clima favorável para ocorrência de chuvas em 2018

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Os oceanos Pacífico e Atlântico são os principais agentes de mudança na temperatura e nas condições de chuva do Ceará. Movimentos de nuvens frias e quentes podem ser determinantes para a formação de boas precipitações nas quadras chuvosas, historicamente de fevereiro a maio.

De acordo com o meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Raul Fritz, a possibilidade de El Niño atrapalhar as chuvas em 2018 é "quase zero". Em Fortaleza, especialistas estrangeiros estão reunidos para discutir sobre o assunto na 22ª reunião anual da conferência de colaboração internacional conhecida por projeto Pirata, até a próxima sexta-feira (10). A informação é do Diário do Nordeste.

Para o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Paulo Nobre, o Oceano Atlântico coordena e modula a posição da Zona de Convergência, o que influencia nas precipitações. "Quando o Atlântico Sul está quente, a Zona de Convergência desce e chove. Quando o Atlântico Norte está quente, a Zona de Convergência quase desce, mas volta rápido para o Hemisfério Norte e acaba com a chuva. A chuva vem pela Zona de Convergência Intertropical", explica o especialista.

Segundo o presidente da Funceme, Eduardo Martins, o órgão estadual acompanha diariamente as condições que impactam à região litorânea do Estado. "É importante ter um sistema de monitoramento que nos permita entender a evolução das zonas frias e quentes do Oceano Pacífico onde temos 12 boias de monitoramento. A ideia é chamar mais atenção para o Atlântico, algo que vem acontecendo com mais dedicação de órgãos como a Marinha do Brasil. Atualmente, boias monitoram as temperaturas, além dos níveis de salinidade em várias profundidades e as zonas de calor. "São esses pontos que determinam os atratores de vento e isso que traz umidade ou não", explica.

Apesar do Inpe apontar condições favoráveis de precipitações futuras, o meteorologista da Funceme Raul Fritz afirma que não é o momento certo para definir qualquer previsão. "No momento não diria em condições. O Oceano Atlântico passa por uma neutralidade. Até o início da nossa estação chuvosa, ele costuma variar. Até fevereiro, quando começa a estação chuvosa, o Atlântico deve ter outro perfil. Por isso, a importância do acompanhamento diário para termos uma ideia da previsão da chuva", explica o profissional.

Fenômenos

Conforme Fritz, outros fenômenos que estão sendo acompanhando pelos órgãos do tempo, inclusive no Ceará, são o El Niño e o La Niña. "Se você tem o fenômeno La Niña no Oceano Pacífico, que favorece as chuvas, se ela existir na época que a gente precisa e o Atlântico não estiver favorável, pode ser que o La Niña não tenha tanto efeito para as chuvas. Agora, por outro lado, se percebe o El Niño que afeta a chuva, na época da estação chuvoso, geralmente ele tem uma força grande para prejudicar as precipitações. Atualmente, temos um início de La Niña. Ela ainda não se configurou plenamente. Apesar da previsão dizer que não vá demorar".

Para o Oceano Atlântico, a Funceme aguarda uma definição melhor das formações de nuvens, pois existe mudança semana a semana o que muda o padrão de temperatura.

No Ceará, Casos de chikungunya já são quase cem mil


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O número de casos confirmados de febre chikungunya no Ceará em 2017 já chega a 95.820. Deste total, 130 evoluíram para óbitos. Os dados constam no boletim epidemiológico mais recente da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa-CE), que faz referência até o dia 28 de outubro.

Conforme a Sesa-CE, 55.985 casos foram registrados em Fortaleza, o que representa 58,4% do total e a cidade com os maiores registros. Em segundo, porém com uma diferença considerável, está Caucaia, localizada na Região Metropolitana com 4.427 casos confirmados.

Em 2017, a partir do fim de fevereiro, observa-se predominância da chikungunya, com aumento na confirmação dos casos de forma crescente e significativa, se comparado às demais arboviroses e ao mesmo período no ano de 2016.

Das 130 mortes, 99 foram em Fortaleza. As demais aconteceram nos municípios de Caucaia (5), Maracanaú (3), Maranguape (3), Aracati (3), Acopiara (3), Senador Pompeu (2), Beberibe (2), Itapagé (2), Pacajus (1), Trairi (1), Umirim (1), Jaguaretama (1), Morada Nova (1), Piquet Carneiro (1), Marco (1) e Viçosa (1).

Devem ser consideradas como casos suspeitos de febre chikungunya, segundo o Ministério da Saúde, todas as pessoas que apresentarem febre de início súbito maior de 38,5ºC e artralgia (dor articular) ou artrite intensa com início agudo e que tenham histórico recente de viagem às áreas nas quais o vírus circula de forma contínua.

Outra arbovirose que continua assustando o Estado é a dengue. Conforme o mesmo boletim da Sesa-CE, a doença já fez 23.738 vítimas, com 14 mortes confirmadas.

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