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sexta-feira, 18 de maio de 2018

Caminhoneiros prometem parar por conta de aumentos no diesel

Os aumentos seguidos nos preços do diesel levaram os caminhoneiros autônomos a programarem uma paralisação em todo o País a partir de segunda-feira, 21, se não forem atendidas uma série de reivindicações apresentadas ao governo federal.

Os caminhoneiros querem a redução da carga tributária sobre o diesel. Reivindicam a zeragem da alíquota de PIS/Pasep e Cofins e a isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Os impostos representam quase a metade do valor do diesel na refinaria. Segundo eles, a carga tributária menor daria fôlego ao setor, já que o diesel representa 42% do custo da atividade.

“O dia D é amanhã (sexta-feira, 18)”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que reúne 700 mil caminhoneiros autônomos – não ligados às transportadores. Ele faz referência a resposta às reivindicações aguardada pela categoria até esta sexta-feira, 18, no final do dia. “A intenção não é fechar rodovias, mas os caminhoneiros não vão sair de casa, não vão carregar os caminhões.” Nesta sexta, o transporte rodoviário responde por 56% de tudo que é fabricado e consumido no País e os autônomos transportam a maior parte da carga rodoviária.

Por conta dos reajustes diários no diesel, os caminhoneiros autônomos dizem estar no limite. Nos últimos 12 meses, o diesel subiu 15,9% no posto.

O aumento é resultado da nova política de preços da Petrobrás, que repassa para os combustíveis a variação da cotação do petróleo no mercado internacional, para cima ou para baixo. Nos últimos meses, porém, o petróleo tem apresentado forte alta – ontem, chegou a bater na casa dos US$ 80 o barril, valor que não registrava desde novembro de 2014.

Os motivos da alta são principalmente geopolíticos, somados aos 17 meses de redução da produção dos países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). “Os fatores geopolíticos não vão arrefecer rápido, por isso, o preço não vai cair, mas pode estimular investimentos para aumento de produção em países como o Brasil”, disse Mauricio Tolmasquim, professor da Coppe/UFRJ.

Postos

A reivindicação dos caminhoneiros é apoiada pelos donos de postos de combustíveis, que dizem estar perdendo margens com os aumentos de preços. Segundo o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, o setor vai sugerir ao governo a redução dos impostos sobre os combustíveis e também que a Petrobrás faça o reajuste em intervalos maiores.

UOL 

Petrobras aumenta 12 vezes em 20 dias o preço dos combustíveis

Foto: Agência Brasil

A Petrobras realizou novo reajuste no preço de combustíveis nesta quinta-feira (17). Já são Já são 12 aumentos em menos de vinte dias. A gasolina subiu 12,9% e o diesel, 11,6%, segundo informações do site da Petrobras. “Essa política perversa tem agravado a crise econômica e prejudicado a população e os empresários. Muitos postos estão perdendo fôlego financeiro e com dificuldade de sobreviver. A população está sofrendo com a perda de empregos, renda, e ainda tem que pagar por todos esses reajustes de combustíveis que refletem também na indústria e nos preços de outros produtos, como alimentos. A economia está inviável”, declara o presidente do Sindicombustíveis Bahia, Walter Tannus Freitas. Além da nova política de preços da Petrobras, tem ainda a elevada carga tributária que corresponde a 50% dos custos dos combustíveis. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) determinou também mais um aumento no preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF) do óleo diese. E a partir de hoje, o produto tem novo aumento de ICMS, passando de R$ 3,3500 para R$ 3,4500. Para discutir sobre a situação do mercado de combustíveis na Bahia e no Brasil e explicar como funciona a estrutura da formação de preço, seus agentes e responsabilidades, o Sindicombustíveis Bahia prepara um painel, dia 24, às 14h, na Casa do Comércio.
O evento vai reunir representantes da Sefaz/BA, da Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência (Plural), do MP-BA, da ANP, do Ibametro, da OAB Bahia, do Procon, do Legislativo estadual e municipal, de entidades empresariais e imprensa.

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